quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O presente mais emocionante


Esta reprodução (escaneado, em vez de foto) não está à altura do ultraemocionante presente que recebi dias atrás. Para mim, que vejo o verdadeiro espírito de Natal, não no valor financeiro, mas na emoção e no empenho do fazer para alguém, esta tela confeccionada pelo ultramaratonista Luciano Prado dos Santos representou o mais emocionante presente de fim de ano que recebi até agora. 

Para quem não sabe, Luciano  deu para o Brasil o recorde mundial no esporte que pratica, com direito a registro no Guiness Book. Conheci-o num curso onde somos alunos. Contou-nos um pouco de si. Por meio da leitura de um livro convenceu-se da necessidade de praticar um esporte. Escolheu a corrida, tornou-se ultramaratonista, recordista na corrida em esteiras. Por ser esporte de raros patrocinadores, jamais abandonou a profissão na área técnica em emissoras de TV.

Não para nisso. Por onde passa, Luciano colhe sementes, para depois doar as mudas a quem se disponha a plantar em local definitivo. Está sempre lendo, sobretudo biografias (daí o interesse pelo "Cavaleiro da Saúde").

Certa vez, num período de convalescença, criou os mini-bonequinhos que usa pra produzir bottoms, imãs de geladeira e até a telas, como esta em homenagem ao Dr. Juljan, que conheceu por meio da leitura. Reuso ou reciclagem? cada bonequinho-corredor consome dois palitos de fósforos usados + retalhos de arames encapados, desses que técnicos largam no chão das calçadas, quando realizam algum reparo em linhas telefonicas ou elétricas.


Fiquei feliz com a tela, quis compartilhar, mas temo que a reprodução deficiente da obra dificulte a leitura das frases escolhidas por Luciano. Por isso, reproduzo-as aqui: 

* "Foi, sem dúvida, um lider que criava, inventava, combatia e vencia."
Adib D. Jatene


* "O cavalariço tem de levar pelo menos três tombos para se tornar um bom cavaleiro."
pai de Juljan


* "Quem corre descobre a sua própria identidade."
Luciano Prado Santos (ultramaratonista, recordista mundial)


* "Serão pouquíssimas estes que terão força e coragem para lutar.'"
Juljan Czapski


* "Gosto em você, desta força que não tenho."
Alice
Quer saber mais sobre Luciano?
Veja, por exemplo, esta reportagem no
site Esporte Alternativo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dr. Juljan e o Teste do Pezinho

Informação de "anônimo", pinçada da comunidade de 18 mil membros - "Itu, São Paulo, Brasil" - no ainda popular Orkut :
Poucos sabem, mas, quando meu concunhado, Luis Antonio Fleury, foi governador de nosso estado, o Dr. Julian procurou minha mulher, Rosana e pediu-lhe que interferisse junto ao governador no sentido de tornar obrigatório o "Exame do Pézinho", para os recém-nascidos. Ela levou o pedido, que foi prontamente atendido e, graças ao Dr. Julian, incontáveis crianças foram beneficiadas.
Não fosse essa generosa iniciativa de divulgar a conversa num comentário para uma comunidade no Orkut, a intervenção de Dr. Juljan em prol do hoje bem conhecido Teste do Pezinho ficaria escondida para sempre. Com seu jeito discreto de agir, ele nunca ressaltou este feito, que - agora visto à distancia - nos revela como grandes decisões decorrem de uma infinidade de pequenos e grandes esforços para chegar lá.

Baseada na coleta de sangue a partir de um furinho no calcanhar do bebê, a metodologia ganhou o mundo em 50 anos, como eficaz meio para detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas. Foi criada em 1961 por um professor, Dr. Robert Guthrie, nos EUA. Passados somente 7 anos, entrou no rol das recomendações da Organização Mundial da Saúde - OMS.

No nosso país, o primeiro passo se deu em 1976, na APAE-SP, por iniciativa de Dr. Benjamin Schmidt. O teste foi se disseminando timidamente, primeiro por iniciativas isoladas, discretas apresentações em eventos científicos e conversas longe dos holofotes, como a de Dr. Juljan, para convencer autoridades.  A corrente foi se fortalecendo: em 1999, criou-se a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal; em 2001, o Ministério da Saúde estabeleceu um programa voltado ao teste do pezinho, hoje
não só obrigatório por lei, como pertencente ao repertório de procedimentos do SUS em todo o país. 

Dr. Juljan já não estava entre nós em 2010 quando, quando - numa evidente medida em prol da popularização - o teste ganhou um Dia Nacional: 6 de junho.
A internet disponibiliza, mas é preciso achar a informação. O depoimento no Orkut foi inserido em julho, mas só agora eu encontrei esse pequeno e importante texto que revela a participação discreta do Cavaleiro da Saúde nesta história.

O tema, no orkut, era o lançamento em Itu do Hortas na Educação Ambiental (Ed. Peirópolis 2011), livro que escrevi com a professora Maria Célia Bombana e consultoria de Marcelo Mattiuci, para compartilhar a experiência da Associação Ituana de Proteção Ambiental - AIPA nas escolas e comunidade local. Como fundador e presidente da AIPA por mais de 20 anos, era natural que Dr. Juljan tivesse escrito a apresentação.

E aí fecha-se o círculo: a citação de Dr. Juljan, como apresentador, inspirou o comentário do internauta, e a descoberta do comentário leva-me a divulgar mais esse feito neste blog dedicado a eventos relacionados à biografia do Cavaleiro da Saúde(Silvia Czapski).

Quer saber mais?
* Comentário no orkut (clique e vá ao final da página)
* Blog do livro "Hortas na Educação Ambiental"

E aqui no blog:
* Notícia sobre o lançamento do livro neste blog 
* Também neste blog, conversa no avião, antes do lançamento em Tocantins

sábado, 26 de novembro de 2011

Uma bela resenha!

Primeiro foi o bilhete de Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e dos mais conhecidos pelo grande público Sesc-SP e Senac-SP - respectivamente serviços sociais do comércio e de aprendizagem comercial (link ao final deste post).

Agora, uma nova boa surpresa adentrou pela soleira da porta de minha casa: a bem cuidada revista Problemas Brasileiros, edição de novembro-dezembro 2011, com o artigo de página inteira, "Rédeas na mão", bela resenha do livro “O Cavaleiro da Saúde”.


Escrita por Cecília Prada, parte de uma das linhas mestras da biografia de Juljan Czapski – os vários recomeços que ele enfrentou ao longo da vida –, para encerrar com um parágrafo que nos enche de orgulho:

"O Cavaleiro da Saúde, além de apresentar um panorama do sistema de saúde no Brasil, proporciona uma leitura agradável, recheada de episódios pitorescos que atraem o interesse o público em geral."
Como se diz por aí, o mundo dá voltas. Há exatos dez anos (edição de nov-dez/2001), a mesma revista publicou uma sensível reportagem sobre a saga de imigrantes no Brasil - “Terra Prometida” – para a qual o Cavaleiro da Saúde foi entrevistado. Seu depoimento à mesma Cecilia Prada rendeu um destaque, que resume os percalços vividos pela família durante dois anos, na II Guerra Mundial, até se firmarem no Brasil.

Ainda na fase de pesquisas sobre Juljan, para escrever o livro, reencontramos o texto na internet. Foi ótima fonte de consulta. Mas tive de apelar para a memória, para chegar à excelente foto de Juljan, clicado por Célia Thomé, que ilustrou apenas a versão impressa.


Superprestativa, a equipe da revista restabeleceu o contato com a fotógrafa, Celia cedeu a foto, que traz o Cavaleiro da Saúde em uma d suas tão típicas camisas habanera, que ele usava no dia a dia. Com ela, a Novo Século produziu uma ótima capa para o livro.


Quando publicado, fiz questão de encaminhar dois exemplares à redação. Não esperava um retorno tão bonito!


Quer ver mais?
Não encontrei o atual artigo na internet (clicando na imagem da página, você poderá ampliar e ler). Mas a reportagem de 2001 está disponível:

  • A Terra Prometida: Mito e realidade na história de quem fez do Brasil sua pátria
  • O Navio Fantasma: A saga de uma família polonesa [os Czapskis] que fugiu da guerra
E aqui, no blog: os comentários de Abram Szajman (Silvia Czapski)
.

sábado, 29 de outubro de 2011

Setenta anos no Brasil



Quantas histórias por trás deste papel colado no passaporte de Ilza Czapski, mãe do Cavaleiro da Saúde, em outubro de 1941:
"A vista do oficio 4075, e atendendo à revalidação concedida por autorização do Ministério da Justiça,
legalizo nesta data o desembarque do portador" DNI- 7428/41
29/10/1941





Página 1 do mesmo bilhete
:
"Tendo sido pagos os respetivos (sic) emolumentos consulares, o visto, em caráter permanente concedido no passaporte pelo Consulado do Brasil em Marselha, sob o n. 281, em 12 de Abril de 1940, fica devidamente revalidado.
Essa revalidação é outorgada de acordo com o expresso no aviso JS-989, de 10 de Outubro de 1941, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores"
(RJ, 17/outubro/1941)


Foto incomum para um passaporte - a mãe de Juljan com o filho caçula  -
está no documento usado no percurso para o Brasil.
Filhos menores de idade eram incluidos nos passaportes maternos
.





13 de Janeiro de 1941 -
no mesmo passaporte, a autorização para embarcar no lendário navio Alsina, e registro do embarque, em 15/1 no porto de Marselha, França.
A expectativa era chegar ao Brasil em poucas semanas. Mas....


... centenas de passageiros, inclusive Juljan, sua mãe e irmãos, ficaram 5 meses retidos no Alsina, em costas africanas. Foram liberados em junho/1941, como mostram esses carimbos. De trem, foram à Espanha e, de lá, no
'Cabo de Buena Esperança' em direção ao Brasil.




Estivesse vivo, Juljan Czapski comemoraria - neste 29 de outubro - os 70 anos do fim de uma saga vivida com a família, na rota de fuga para o Brasil, em plena II Guerra Mundial. Ou melhor, fim de um capítulo dramático, pois a saga continuaria nos primeiros anos de Brasil.As duas imagens iniciais, no alto deste post, reproduzem um pequeno pedaço de papel colado no passaporte da mãe, Ilza. Tão pequeno, mas tão significativo! Pois revela como e quando autoridades brasileiras legalizaram o desembarque da família, que desembarcara "de fato" mais de três meses antes, em 10 de julho de 1941.


Sei que qualquer história de vida é emocionante, se bem contada. Mas quem viveu períodos como esse, cheio de momentos dramáticos, duros e às vezes engraçados, torna mais fácil fazer da biografia um romance bom de ler.


Como filha, cresci vendo como o "Cavaleiro da Saúde" era capaz de encantar seus ouvintes quando contava sobre suas vivências de guerra. Mas não precisei me ater apenas aos relatos gravados para escrever o livro. Tive a sorte de "passear" por documentos como esse passaporte histórico, onde os carimbos e anotações fornecem detalhes fantásticos para quem se interessa pelo tema.


E mais: tive chance de falar com gente incrível, como uma companheira de Alsina, a artista plástica Lise Forell, ou o pesquisador Fabio Koifman, autor do ótimo livro "Embaixador das Trevas" sobre a vida do diplomata Souza Dantas, que salvou milhares de vidas ao conceder vistos para refugiados judeus. Ele pediu, e eu mandei as páginas que ilustram esse post.


- Esse passaporte valeria uma tese de doutorado - foi a reação de Koifmann.

O livro conta muito mais, com detalhes inéditos que Juljan permitiu descobrir. Mas eu não poderia deixar de contar tudo isso, no aniversário da data em que ele - um adolescente, na época - ganhou a legalização da permanência no Brasil. (Silvia Czapski)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Um livro que você precisa ler
para entender o Brasil

Esse é o título do post no blog Camélia de Pedra, da Pauline (que ainda prefere não revelar seu nome completo), que revela um segredo, não contado em "O Cavaleiro da Saúde".

O livro começa com uma entrevista dada por Dr. Juljan, em sua casa, a uma universitária. Ele já tinha mais de 80 e ela cumpria o desafio de encontrar alguém da terceira idade, "de bem com a vida". Ao ceder a gravação, a estudante pediu que não citássemos nomes, dado o  compromisso de sigilo das respostas. A entrevista era tão inusitada, que - mesmo sem nomes - foi usada para introduzir história de vida recheada de tramas e surpresas, que transformam a biografia em texto de fácil leitura.


Pequenos obstáculos, como mudança de endereço eletrônico da pesquisadora e a dificuldade dela em encontrar a obra em várias livrarias, fez com que só agora ela pudesse lê-lo. Antes de preparar o post para seu blog, mandou um e-mail:
(...) Como te falei, fui atras de um "idoso" estilo Niemeyer, por que não queria entrevistar um idoso padrão, cheio de problemas e depressão. Mas ao encontrar teu pai, esqueci que era a entrevista com o idoso. Dr Julian era um homem com muitos anos de vida, mas não um idoso. Tinha um olhar firme, uma voz interessante, um jeito especial de dizer as coisas. Vai ficar na lembrança para todo o sempre. Ainda mais agora com seu lindo livro.


Super e merecida homenagem voce fez ao seu pai (...). Um beijo grande para ti e que as vendas dos livros sejam um grande sucesso.
Pronto, está contado o segredo: foi Pauline - autora do blog - quem fez a tal entrevista que abre o livro. E esse é o link de seu post, que revela um pouco mais. (Silvia Czapski) 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Revendo a estreia


Waleska Santos, presidente da Hospitalar, entre o ministro da saúde, Alexandre Padilha, o governador Geraldo Alkmin, de São Paulo, e dirigentes de entidades do setor-saúde, na abertura da Feira+Fórum Hospitalar 2011 (Foto: Jefferson Bernardes/Preview.com - divulgação)

Cerca de 1250 empresas distribuidas em 82 mil m2 de exposição, mais de 60 eventos associados, entre congressos, jornadas, seminários e workshops, 91 mil visitantes do Brasil e Exterior, lotando o Expo Center Norte, em São Paulo, no final de maio.

Assim foi a Feira + Fórum Hospitalar 2011 - segunda maior do mundo em sua área de atuação -, palco do primeiro lançamento do livro "O Cavaleiro da Saúde".


Personagem principal do livro, Dr. Juljan Czapski tem tripla presença na revista que faz a retrospectiva do evento em 2011.
* Na página 31, consta entre as seis "personalidades do ano", homenageadas desde 2005, ao lado de expoentes como Adib Jatene (que aliás assina o prefácio do livro) e Zilda Arns.

* Na página 36, reportagem de meia página destaca homenagem a Dr. Juljan durante o Jantar de gala do evento, em que autores e apoiadores subiram ao palco numa primeira apresentação da obra a um público mais que especial.

* Na página 54, o livro entra como destaque, ao lado de tres outros lançados durante a Feira+Fórum: a história dos 40 anos de Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), a obra póstuma de Jarbas Karman, "Manutenção e Segurança Hospitalar Preditivas", e o livro "Do Global ao Local - Os desafios da saúde no limiar do século XXI", que reune artigos a análises de André Medici, coautor de "O Cavaleiro da Saúde".
Quer saber mais? Clique neste link, para acessar a revista. Aí, é só ir direto até essas páginas e... boa leitura! (Silvia Czapski)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fotos históricas e inéditas
Brasília, na Posse de Jango

Brasília, 1961 - sede do Governo Federal, mas ainda em construção
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)

piloto, prédios dos ministérios, repare à direita - em construção!
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)

e montes de terra a ultrapassar, para chegar à catedral.
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)

Ao fundo, o Congresso Nacional.
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Cidade satélite? provavelmente sim!
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Repare na faixa - Aqui em Brasília A VENDA
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Tudo Azul, tudo ótimo!
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Fotocópia em 1 minuto
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


... logo ao lado, a farmácia e muito lixo no chão
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Hora da pose!
(foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Principe Igor - o verdadeiro whiski (!)
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Bom petisco
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Construções em madeira, marcas da provisoriedade.
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Dr. Orestes - Cirurgião Dentista - Tratamento sem dor, motor moderno
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Anúncio de serviços médicos, junto à Farmácia Popular
(Foto: Dr. Juljan Czapski)


Em primeiro plano, no poste, anúncio da caniha Ricardi em Brasília
Alto falante, logo atrás, indica modo de comunicação na época.
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


Como na música - lavo a roupa todo dia...
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)


E o anúncio: Marcenaria e Carpintaria - Gomes & Filho
(Foto: Dr. Juljan Czapski - 1961)



Tempos quentes em Brasília, meio século atrás, sobretudo nas semanas marcadas pela renúncia de Janio Quadros, em 25/8/1961, e a posse do seu vice (e oponente político), João Goulart, ou Jango, em 7/9 daquele ano. Testemunha ocular do fato, Dr. Juljan Czapski guardou detalhes dramáticos naquele momento, mas hoje hilários, que deixaram de ser inéditos somente com a publicação de "O Cavaleiro da Saúde".


Mas esse conjunto de 18 fotos deixa de ser inédito agora: pela importância histórica opto por publicar aqui, no momento em que comemoramos o 50 aniversário desse momento histórico. Só encontrei as cópias em papel, sem explicações ou numeração. Portanto a ordem das imagens é aleatória e as legendas baseiam-se na dedução lógica.


Vale frisar que, ao contrário de hoje, fotografia era uma arte complexa e para poucos. Marido e assistente de fotografia da esposa, Alice Brill, enquanto estudava medicina, Dr. Juljan aprendeu com ela a dominar a essa arte com maestria. As imagens não mostram os eventos dos quais participou, documentados nos jornais da época, mas uma Brasília em construção, com a precariedade das moradias de seus primeiros habitantes.


Não aparecem ele nem o amigo Camillo Gonçalves Berti - amigo de Jango que recebeu o convite para a posse e o jantar de gala. Também não vemos o "fusca de serviço" de Dr. Juljan que os levou até Brasília, numa viagem cheia de aventuras, dada a precariedade da rodovia e do próprio veículo. Mas a vivência daquele momento foi inesquecível para o Cavaleiro da Saúde. Espero que a descrição, no livro, esteja à altura da forma como Dr. Juljan contava essa história! (Silvia Czapski)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mostra volta à Casa de Cultura, em Itu



Retornou à Casa de Cultura de Itu a exposição “Dr. Juljan Czapski – O Cavaleiro da Saúde”, que apresenta em textos curtos e fotos obtidas em arquivos históricos da família a incrível trajetória de vida do presidente da AIPA.

Nascido na Polônia, com destino traçado de se tornar comandante e proprietário de uma vistosa fazenda em há mais de cem anos pertencente aos Czapskis, Juljan viu esse destino interrompido quando as tropas de Hitler invadiram o país, e a família foi sumariamente expulsa da terra natal.

Foram dois anos transitando por diferentes países durante a II Guerra Mundial, para chegar ao Brasil, que o “Cavaleiro da Saúde” adotou como nova pátria.

Por aqui descobriu a medicina como vocação, encontrou a também imigrante Alice Brill – hoje artista plástica de renome – com quem se casaria e teria quatro filhos. Considerado visionário por seus parceiros, criou a primeira empresa de medicina de grupo, semente dos planos de saúde que hoje atendem mais de 60 milhões de Brasileiros.

Em busca de suas raízes na terra, em 1960, Dr. Juljan comprou a Fazenda São Miguel, em Itu. Aos poucos trouxe a família para o município, primeiro seus pais, depois os irmãos. A criação da AIPA, em 1986, é reflexo de sua vivencia no município, e está também destacada na mostra.

Produzida pela filha-jornalista Silvia Czapski e a designer Margarete Conde, a exposição é parte de um projeto maior, que tem como principal produto o também recém lançado livro “Dr. Juljan Czapski – O Cavaleiro da Saúde”, escrito por Silvia com o conceituado economista e historiador André Medici, autor da segunda parte da obra.

Se a pesquisa foi patrocinada por seis instituições – Amil, Hospitalar, Intermédica, Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Sindicato e Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo – sua transformação em um livro disponível para todos os públicos deveu-se à editora Novo Século, que abraçou o projeto, responsabilizando-se pela produção e lançamento da obra em todo o país.



SERVIÇO:
Mostra “O Cavaleiro da Saúde” – Casa de Cultura – Itu
Livro: “Dr. Juljan Czapski – O Cavaleiro da Saúde”(Silvia Czapski e André Medici, Editora Novo Século, 2011, 424p)

(informação que a imprensa ituana recebeu e - ainda em tempo - eu transcrevo para os leitores deste blog, ilustrando com uma foto de Dr. Juljan, clicado na fazenda em Itu, ao lado de um jovem ipê que plantou por lá - Silvia Czapski)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Aprendendo a ser autora

Avião para Palmas, Tocantins. Eu, na janela, como gosto. Começo a conversar com meu vizinho, professor em Brasília. Apresento-lhe o livro sobre o qual iria falar Na FLIT - Feira Literaria Internacional de Tocantins, Hortas na Educação Ambiental, que escrevi com a professora e artista plástica Maria Celia Bombana, e a consultoria de Marcelo Mattiuci.

Superbem editado pela Peirópolis, o livro baseia-se na experiência da Associação Ituana de Proteção Ambiental (AIPA), que dr. Juljan presidiu por mais de 20 anos. O prefácio é dele - seu último texto na área do meio ambiente - e isso levou-me a tirar de minha mochila O Cavaleiro da Saúde, que aliás traz detalhes ineditos da história da AIPA.

O ocupante da cadeira logo ao lado. que até então parecia entretido em suas leituras, abre um largo sorriso e interrompe a conversa.

- Você é filha do Juljan? Conheci muito seu pai!

Agora a três, a conversa estende-se pelas políticas e mazelas da saúde, tema que sempre foi predileto de Dr. Juljan. Nosso vizinho no avião é da Anvisa, em Brasilia. Nesse caso, vinha de uma participação em congresso. A foto da capa chamou-lhe atenção. Não sabia do livro! Quer comprar. Explico-lhe que livrarias do aeroporto incompreensivelmente não têm, mas em Brasília a Livraria Cultura, sim (tomara que sim!!).

Penso, com meus botões: se foi assim num voo para Tocantins que passava por Brasília, o que aconteceria se eu andasse pelos corredores do Ministério da Saude, do Congresso Nacional e afins com o livro na mão?

Em Tocantins, nova decepção. A distribuidora não recebeu O Cavaleiro da Saúde. Mas prometeu encomendar! Aprendo mais uma: nada como a presença do autor, para chamar atenção de um livro!(Silvia Czapski)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Chique!!



Fosse ainda vivo, provavelmente Cavaleiro da Saúde teria tido a reação que tive. Surpresa com essa cartinha que surgiu na soleira de minha porta, carreguei-a comigo durante dias, para compartilhar com amigos. Depois, pedi autorização ao signatário - nada menos que Abram Szajman, presidente da Federação do Comercio do Estado de São Paulo - para divulgár neste blog.
Dr. Juljan aprendeu a admirar Szajman no período em que foi conselheiro do Sesc-SP. Além de serem empresários, ambos tinham em comum a origem polonesa. Mas o presidente da Fecomercio nasceu no Bom Retiro, bairro paulistano habitado sobretudo por imigrantes judeus, meses antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, tempo em que o então adolescente Juljan vivia a mais alta tensão na Polônia, ante a ameaça da guerra, sem supor que daí a dois anos chegaria ao Brasil, numa saga que o livro relata.

Lembrei-me disso, ao ler esta carta de Szajman, sobre o livro O Cavaleiro da Saúde:


(...) a história de vida de seu pai, Dr. Juljan Dieter Czapski, é uma epopeia que
nos engrandece, dignifica o ser humano e nos faz acreditar que é possível
construir um país e um mundo cada vez melhores.
Dificil lê-lo sem emocionar-se.
Emocionada fiquei eu com o comentário, que agora compartilho com você! (Silvia Czapski)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Magda Walicka na homenagem a Dr. Juljan

Na Wikipedia, enciclopédia criada pelos internautas, aprendo que Łódź (pronuncia-se wúdj) é a terceira cidade polonesa em número de habitantes, ficando atrás somente da capital, Varsóvia, e da antiga capital, Cracóvia - região onde Dr. Juljan nasceu. São 770 mil.

Fundada em 1423, tornou-se um importante centro industrial, sobretudo até a Segunda Guerra Mundial. Sofreu um declínio econômico após a queda do governo comunista (1989), mas vive novamente um período estável. Certamente, a prosperidade contribuiu para que a cidade se tornasse um importante centro cultural: tem 18 universidades, teatros, academia de teatro e cinema. O famoso pianista Arthur Rubinstein nasceu lá.

A moça da foto, Magdalena Anna Walicka - que recentemente chegou a Itu e prefere assinar simplesmente Magda Walicka - também. Apaixonada pela música, graduou-se em piano na Academia de Música de Lodz, onde também fez posgraduação em gerenciamento de escolas de artes, tornando-se depois uma das primeiras professoras na Polônia a receber acreditação da Associação Européia Suzuki, método criado no Japão, que se inspira no jeito com que uma criança aprende a falar para ensinar música.

Pianista, compositora e vocalista, passou a ensinar piano para crianças a partir de três anos de idade. Também atuou com bandas, corais, tendo dirigido uma escola de música por lá, antes de se mudar para a Inglaterra, onde trabalhou com a Universidade de Bradford, como pianista e acompanhante de corais. Tocou em cidades como Nottingham, Birmingham, Leeds e Londres, sempre fazendo questão de promover a música polonesa.

Foi uma história de amor que a trouxe a Itu no final de 2010, onde se casou com o pastor Rubens de Lara Silva. Conheceram-se pela internet, compartilharam uma enorme identidade. Para conhecê-la pessoalmente, ele foi à Inglaterra e, juntos, visitaram a Polônia. Há poucos meses no Brasil – e já apaixonada por nosso país - ela é uma das pianistas a abrilhatar o 18º Festival de Artes de Itu, que acontece até domingo, 24/7.

Quando conheci Magda, senti uma imediata empatia. Ela encantou-se com a história de Dr. Juljan, cujo destino teria sido o de herdar uma fazenda na Polônia, não fosse a invasão do país, pelas tropas hitleristas em 1939, obrigando-o a deixar a terra natal para sempre, com sua família. Também Dr. Juljan adotou o Brasil como nova pátria, amou o Brasil, sem nunca esquecer a raiz polonesa.

Em homenagem a Dr. Juljan, Magda decidiu preparar um repertório de Chopin para o concerto que dará neste sábado, 23/7, 11h, na Casa de Cultura de Itu (Espaço Almeida Jr - R. Paula Souza, 664 - Centro - Itu). Dessa forma, e graças ao apoio da Secretaria de Cultura do Município, teremos um evento duplo, na manhã de sábado, 23/7, integrado ao Festival de Artes.

* às 10 h, a abertura da mostra sobre a vida deste médico-ambientalista, que pela primeira vez é apresentada em Itu e manhã de autógrafos do livro "Dr. Juljan Czapski - Cavaleiro da Saúde". No melhor estilo caipira, regada a café e bolo de fubá.

* às 11h, Magda Walicka senta-se ao piano, para deliciar o público com composições de Fréderic Chopin, um pianista romântico, como de certa forma também foi Dr. Juljan.
Além de ter sido o criador dos planos de saúde no Brasil, Dr. Juljan fundou e presidiu a Associação Ituana de Proteção Ambiental – AIPA, entidade de caráter regional que ganhou repercussão nacional, com seu programa de educação ambiental, viveiro de mudas nativas, ações de comunicação para difundir a causa, antes da ecologia se tornar moda.

Como não poderia deixar de ser, munido da identidade ecológica, Dr. Juljan Czapski (pronuncia-se júlian txápski) acompanhou de perto as políticas públicas também na área do meio ambiente, trabalhando para influir na política municipal, estadual e nacional.

Está no livro, e também na exposição, que usa fotos históricas para resumir a trajetoria do Cavaleiro da Saúde em apenas seis painéis.

Clique no convite, para saber mais. Esperamos você lá! (Silvia Czapski)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

HOMENAGEM / AUTÓGRAFOS EM ITU


Veja que delícia. Sabadão, 23/7, 10 da manhã, café com bolo e boas conversas na Casa de Cultura de Itu (R. Paula Souza, 664 - Centro - Itu), em torno de Dr. Juljan Czapski, que - simultaneamente ao ativismo na área de saúde, fundou e presidiu por mais de 20 anos a AIPA - Associação Ituana de Proteção Ambiental.

Não bastasse o bom ambiente da bela casa histórica, como cenário, a mostra-homenagem a Dr. Juljan, que pela primeira vez chega a Itu, resumindo em seis quadros sua história de vida. Para completar, Silvia Czapski (eu!) autografará o livro "O Cavaleiro da Saúde", disponível no local.

Quer mais? Às 11 h, a pianista polonesa Magda Walicka fará um concerto, com repertório do também polonês Fréderic Chopin. Bela homenagem para Dr. Juljan, que nasceu na Polônia mas adotou o Brasil como sua pátria. Ah!!! Tudo isso inscrito em algo maior, que é o 18 Festival de Artes de Itu! (clique na imagem para ampliar)

Mais ainda? Então comece festejando conosco na sexta feira, 22/7, a partir de 19h, na Livraria Nobel em Itu (Plaza Shopping), quando estarei com Maria Célia Bombana autografando o livro que tem a apresentação assinada por Dr. Juljan - "Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade, em casa" (Ed. Peirópolis). Marcelo Mattiuci, consultor do livro, também estará conosco. Bom demais! (Silvia Czapski)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Casa Czapski

Acredite! a rua lá embaixo, no fundo do vale, transformou-se na larga e movimentada Avenida Sumaré! A casa em primeiro plano - tão sozinha numa ruela então ainda sem casas - hoje está escondida atrás de um alto muro, na atualmente bem povoada Rua André Dreyfus.

O hoje famoso arquiteto Vilanova Artigas, quando planejava a Casa Czapski para os recém casados Juljan e Alice. Amigo do casal, foi ele quem fez o convite para que integrassem a turma que fundou o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), na mesma época (1949)



Encontrei essas imagens relacionadas à "Casa Czapski" num post do ótimo blog Casas Brasileiras, de Silvio Colin, que também traz a planta da casa e outra imagem da fachada, parecidíssima à publicada em "O Cavaleiro da Saúde"

Foi a casa de minha primeira infância, onde vivi até os quase cinco anos de idade. Porém, minhas memórias misturam-se ao que ouvi de Dr. Juljan sobre como era morar numa casa tão moderna para os padrões da época - tema recorrente de entrevistas que ele dava a estudantes de arquitetura.

Ao resumir, para Silvio, momentos em que a casa é personagem e cenário do livro, dei-me conta de quantas boas histórias ela rendeu. Não preciso repetir o que está no post dele. Se ainda não tiver lido o livro ou/e ficou curioso/a, clique aqui, para conferir. (Silvia Czapski)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bastidores das notícias

Parecia uma conversa comprida demais para uma nota sobre o lançamento de um livro de autoria de um profissional de comunicação. Ao receber a edição 801 do Jornalistas & Cia, tive de confessar minha (boa) surpresa aos editores.

Pois
saiu como entrevista exclusiva nesse veículo eletrônico, referência para profissionais de redações e assessorias de comunicação que adoooram saber do vaivém do mercado jornalístico e da comunicação empresarial. Traz bastidores da produção do livro "O Cavaleiro da Saúde". Confira:



"Silvia Czapski lança livro com a história do pai, pioneiro da medicina de grupo

Silvia Czapski e André Medici autografam nesta 6ª.feira (1º/7) Dr. Juljan Czapski - O cavaleiro da Saúde - A trajetória do médico, especialista em saúde pública e criador dos planos de saúde no Brasil (Novo Século), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), de 18h30 ás 21h30. Juljan Czapski, pai de Silvia, deixou a Polônia ainda adolescente e enfrentou dois anos de guerra mundial antes de chegar ao Brasil, onde, médico recém-formado, idealizou a primeira empresa de medicina de grupo do País, em 1956, e dez anos depois fundou a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (ver J&Cia 795).
Silvia diz sempre ter achado que a história de vida de qualquer pessoa torna-se interessante se for bem contada, "mas tem gente cuja vida teve lances tão extraordinários que fica mais fácil fazer dela um belo romance". Esse, segundo ela, "modéstia à parte", é o caso de seu pai, que também fundou e presidiu a AIPA (Associação Ituana de Proteção Ambiental), em Itu, no interior de São Paulo, por mais de 20 anos. Silvia - que no início da década de 1980 criou com um grupo de amigos o tabloide Macchina, o jornal do automóvel, distribuído em postos de combustíveis, foi assessora de imprensa na Assobrav e, em 1985, deixou o setor para se dedicar a temas ambientais -, conversou com J&Cia sobre a produção do livro.


Jornalistas&Cia - Você pode fazer um resumo do que foi esse trabalho?
Silvia Czapski - Tive honra de compartilhar a autoria com o economista e historiador André Medici, homem da área de saúde para a América Latina no Banco Mundial, em Washington. Antes de tudo, um admirador do médico-ambientalista, cujo olhar crítico sobre a evolução do setor de saúde faz dele um requisitado palestrante. Como filha, sou suspeita para dizer. Mas confesso que fui me apaixonando pelo personagem na medida em que escrevia.
Tarefa duríssima do ponto de vista emocional, dado que começamos o projeto com ele vivo - ótimo, grande contador de histórias -, mas logo descobriu um tumor cerebral. Dr. Juljan nos deixou em poucos meses, em janeiro de 2010. Na sua partida, uma ironia do destino, como muitas que ele vivenciou em 84 anos de vida: não conseguiu atendimento domiciliar, pois a seguradora alegou ter prestado a cobertura prevista contratualmente. Tínhamos poucas horas de entrevistas com ele. Apoiamo-nos em mais de 1,5 mil documentos que ele deixou (em grande parte, inéditos) e numa corrente solidária de pessoas que conviveram com ele e deram depoimentos pessoalmente, por telefone ou por e-mail.

J&Cia - Em que outras fontes você pesquisou?
Silvia - Faço esse comentário pela primeira vez: depois da internet, ninguém mais escreverá biografias da mesma forma. Usufruí do Google Maps para visualizar a rota de fuga de Dr. Juljan, que passou por vários países europeus e africanos, até chegar ao Brasil, uma saga de dois anos durante a II Guerra Mundial. Encontrei vídeos no YouTube e no Vimeo que me fizeram mergulhar no clima de cada período da vida de meu personagem. Dos loucos anos 1920 - década em que ele nasceu - ao tecnológico início do século 21, passando por períodos importantes, como o desenvolvimentismo dos anos 1950, época em que ele criou a Policlínica Central, primeira empresa de Medicina de Grupo do País. Uma delícia! Por meio de sites de busca, localizei artigos de analistas ou de testemunhas da história, importantíssimos para contextualizar a vida do médico-ambientalista (até textos do próprio Juljan que eu não conhecia, em sites do setor saúde!). Descobri na Wikipédia uma ferramenta para traçar a linha do tempo. Claro que faz parte desse jogo de descobertas ter paciência para checar a veracidade de cada informação, contrapondo com o que outros colocam a respeito. Mas tudo isso me deu o pano de fundo do romance da vida de Dr. Juljan.

J&Cia - Segundo soubemos, você não ficou só no livro...
Silvia - É verdade. Para quem quer ir mais fundo, construímos o site http://www.doutorjuljan.com.br/, que traz, por exemplo, dezenas de artigos escritos por Dr. Juljan e boa parte dos depoimentos que mencionei. Enquanto isso, o blog http://www.doutorjuljan.blogspot.com/ vai contando histórias divertidas que não entraram no livro, e fatos em torno dele, como lançamentos e comentários. Tem até um incrível vídeo-homenagem de 7 minutos, com fotos e trecho de filme da imponente fazenda onde ele nasceu em 1925. Postamos no Vimeo e no YouTube. Na época (2008) ajudei a produzir, mas agora o vejo como um trailer do livro, que traz muitas histórias divertidas e inéditas do Brasil na segunda metade do Século 20. Um Brasil que os brasileiros desconhecem!
Em tempo: eu estou, na foto acima, com Maria Rosa Lioi, que não é jornalista mas já trabalhou muitos anos assessorando jornalistas - inclusive eu - e fez questão de remeter a imagem! (Silvia Czapski)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Em festa

Revendo este convite... em pleno período de festas juninas (julinas?), dá vontade de transformar o lançamento do livro "O Cavaleiro da Saúde", na Livraria Cultura no Conjunto Nacional, neste 1/7, numa festa como foi esta, nos anos 1960!

Famosíssima na região, a festa junina da Fazenda São Miguel era arquitetada em todos detalhes pelo administrador, Zé Viana, sanfoneiro de mão cheia, mestre dos desafios (que no Nordeste chamariam de repentes).

Convidados, quase só gente de lá mesmo: em geral, empregados e patrões de propriedades vizinhas, desde crianças até idosos. Nada daquelas roupas pseudo-remendadas, que caracterizam as festas juninas urbanas. Centenas de pessoas no terreiro de café, ou seu entorno, dançando e se divertindo até quase raiar o dia, com direito à boa música caipira, quentão, pipoca, batata doce assada na fogueira, uma atração na noite, sempre fria. O mastro com os três santos - Santo Antonio, São João, São Pedro - era marca do evento.

Na hora da dança, se a moça recusasse um par, mas aceitasse outro para a mesma música, era briga na certa entre os mancebos! O momento do lenço pendurado entre as bandeirinhas era especial para as mulheres, que ganhavam o direito de escolher os parceiros.

No auge da festa, o desafio do pau de sebo: um poste de madeira coberto de sebo, com um envelope no alto, representando o premio (valor em dinheiro, nada demais). A cada rapaz que escalava e desistia no caminho, escorregando para baixo, o poste tornava-se mais liso e difícil de subir. E os premios aumentavam....

Mas convite impresso, como este acima, foi uma festa junina um pouco diferente, que atraiu convidados de São Paulo e ABC paulista (onde ficava por exemplo a VW, maior cliente da Policlínica). Como diz o convite, começou pela hora do almoço - numa de suas últimas entrevistas, Juljan contou que a carne do churrasco foi trazida por Istvan Wessel, na época fornecedor da VW -, estendeu-se noite afora - no mesmo terreiro. O charme foi a apresentação do grupo de danças de Solano Trindade, maravilhoso. Quem participou, jamais esqueceu!

A saber: com o passar dos anos, muitas pessoas da região adotaram religião que não aprovava festas juninas, diminuindo o público para esses eventos. Para completar, começaram os roubos na área rural. Acabaram-se as festas da Fazenda São Miguel.

Sem pipoca e quentão, mas com muitas histórias para ler e trocar, teremos hoje o lançamento da Livraria Cultura. Se ler esta em tempo, venha! (Silvia Czapski)

domingo, 22 de maio de 2011

Expectativa

Ela se chama Vera Lucia S. Silveira, mas assina a mensagem como Vera Sus de Valinhos. É ativista do Conselho Estadual de Saúde, do qual Juljan foi ativo participante, e com ele compartilhou a bandeira da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao receber o convite eletronico para participar do lançamento do livro, dia 26/6, durante a Feira+Fórum Hospitalar (veja a aba autógrafos), mandou a seguinte resposta, que autorizou publicar neste blog. Lá vai:



Sílvia, como vai? Sou fã " de carteirinha" do teu pai.
Tenho lembrado muito dele nos últimos dias. Fomos companheiros na Comissão Organizadora da 5ª Conferência Estadual de Saúde, há quatro anos atrás. Ele me disse:- o que você fizer, eu assino embaixo. Acredito em você! Eramos responsáveis pela Infra-estrutura, dum evento para 2200 pessoas, vindas de todo estado. Foi um sucesso!!! O comentário, na época, foi que a nossa conferência foi melhor que a nacional. Hospedamos este pessoal, por três dias em hotéis de primeira e ainda servimos bacalhau no ultimo dia. Ele olhava pra mim, sorria e dizia: você é danada !
Tenho mais detalhes, que um dia te conto. Tenho muito carinho por ele e saudade também. Falo sempre nele, quando vou dar palestras sobre o SUS. Conto a todos que foi o único brasileiro que participou na elaboração da Carta de Alma-Ata, o que originou, mais tarde este modelo de saúde que temos hoje (apenas no papel). O grande sonho dele era justamente tirar o SUS do papel. Só fiquei sabendo do lançamento do livro hoje. Moro em Valinhos e não terei com ir. Mas vou comprar o livro com certeza e quero que na primeira oportunidade você autografe para mim.
"O Cavaleiro da Saúde"!!! Meu grande e querido amigo !!! Daqui para frente, em toda vez que me apresentar para falar do SUS, vou colocar para tocar "As Valquírias" de Wagner, em homenagem a ele. Se você me autorizar...

Pura emoção. Mas apenas uma das tantas manifestações das pessoas que receberam o convite para a tarde de autógrafos. Enquanto a ansiedade aumenta, em homenagem à Vera, ilustro a mensagem com uma imagem de Juljan, manifestando-se numa Conferência de saúde. A foto não está no livro "Juljan Czapski: O Cavaleiro da Saúde", mas o fato sim, faz parte do capítulo "Conselheiro da Saúde"! (Silvia Czapski)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vamos às compras?

Recebo mensagem de Lívia Bercht: já encomendei o livro! Do alto de seus mais de 90 anos de idade, continua a mil por hora em sua Fazenda Adele, em Itu. Saiu na frente, não esperou a chegada às livrarias, comprou pela internet!

Notando a falta de bons serviços de fisioterapia para a terceira idade na cidade, ela teve a iniciativa de criar o Instituto Agada, que estou para conhecer. Fica na Praça Paraíba, Bairro Brasil, que ela conseguiu reavivar transformando-a na “praça do idoso”, com autorização da administração municipal (em vez de recuar ante possíveis nãos, batalhou e conseguiu!).

Lívia conheceu Dr. Juljan Czapski nos anos 1940, ao lado da então namorada Alice Brill, que ainda dividia seu tempo entre o secretariado (para sobreviver) e a arte. Conviveram no mundo das artes, mas a vida os separou. Em 2006, o contato foi retomado, graças à uma mostra em homenagem aos 85 anos de Alice Brill, no Museu de Energia em Itu. Estamos ansiosos em conhecer a opinião! (Silvia Czapski)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Caindo no mundo

Impossível não se impressionar com o movimento de pessoas, numa visita à Bienal do Livro, como a de SP, que percorri um dia todo, em 2010. Foi lá que cheguei à Novo Século. Até agora ainda me divirto com meu próprio espanto, quando Luis Vasconcelos - após me ouvir falando sobre o livro "O Cavaleiro da Saúde", naquele momento ainda um sonho -, afirmou que queria o título para a editora. Afinal tínhamos acabado de nos conhecer! Foi ótimo!

Li, pouco depois, que o mercado do livro mobilizou no Brasil, mais de R$ 3,3 bilhões em 2008, sendo tres quartos desse total para "o mercado" (sempre achei esquisita essa palavra). O resto, para as compras pelo governo, basicamente didáticos e paradidáticos.


Em seguida, encontrei um artigo do livreiro Jaime Mendes, que fez outra comparação: com relação ao PIB do país naquele mesmo ano, esse valor representou só 1,1%! Ou seja, ainda temos muito a crescer!

Escrevo isso, num momento de ansiedade total, em que o livro "Juljan Czapski - O Cavaleiro da Saúde" está chegando a esse "mercado".
Os autógrafos são a consagração desse caminho, fazem parte do rito de passagem que é expor ao mundo aquele pedaço da gente que fica nas entrelinhas.

O melhor de tudo é ter ouvido comentarios entusiasmados de quem já teve acesso ao livro pronto (felizmente, até agora, só foram elogios... mas acho importante também críticas, pois elas sempre ensinam algo novo, não percebido). Que o ele cresça e apareça. (Silvia Czapski)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Da série “sniff...”

Mais uma imagem que não entrou no livro O Cavaleiro da Saúde, apesar da importancia histórica (sniff...)


* Só como ficha de registro de emprego já é interessante, por ser do ano 1955.
* Ponto a mais por ter sido localizada no arquivo do Grupo Ultra a pedido de
seu presidente, Pedro Wongtschowski que quis checar e datar uma história (veridica) que Dr. Juljan lhe contou.
* Entre as imagens finalistas, pois graças à demissão, registrada nessa ficha, nasceu a primeira empresa de medicina de grupo, idealizada pelo Cavaleiro da Saúde (foi, aliás, o que motivou a busca de Wongtschowski).
* Para dar mais tempero à rememoração, curiosamente, daí a pouco a Ultragaz tornou-se cliente dessa nova empresa (primeira de maior porte a apostar nesse sistema).


Ocorre que havia tantas boas imagens, que essa acabou por ser preterida, já com a ideia que entrasse nesse blog, para torna-la acessível.


Quer saber mais enquanto o livro não vem? Siga esse link para ler o depoimento de Wongtschowski, sobre o que ele encontrou. E, aproveitando que entrou no site do projeto, busque em depoimentos o de Claudio Di Lascio, com ótimos detalhes, que dão o clima daquele período.


Daqui a pouco teremos o livro disponível no mercado. Aí sim você terá a história mais completa, com detalhes que prefiro não adiantar aqui, bem como a criteriosa contextualização histórica, na segunda parte, intitulada História por trás da história, de André Medici! (Silvia Czapski)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Animais de estimação

Acho que não existe foto da família Czapski completa, sem um cachorro de estimação por perto. Mas, no caso de Juljan, nos primeiros dez anos de São Paulo (anos 1940), foi impossível possuir um.

Como cuidar, trabalhando de dia, estudando à noite e vivendo sozinho num quarto alugado, na rua João Moura, no bairro Pinheiros, ou - logo que casou - num minúsculo apartamento em que quarto era também sala, e o corredor era aproveitado como laboratório fotográfico, na Avenida São João, 1901?


Em 1950, Alice estava em sua fase-fotógrafa, Juljan estudava medicina e era seu assistente, e a filha primogênita, Ines, era um bebê. A "casa Czapski" ficou pronta (nome dado mais tarde à residência, quando o amigo Vilanova Artigas, que a projetou, tornou-se famoso arquiteto)


A região - no bairro Sumaré - era quase deserta, Alice disse que só mudaria se tivessem um cão de guarda. Juljan foi ao biotério da faculdade para adotar um. Avisaram:


- Tem aqui um cachorro bravo, late muito.


Ele levou.


Pois bem, o cachorro acostumou-se à família e vice-versa. Mas jamais fazia barulho para um estranho. Só que, quando percebia alguém conhecido, pessoa amiga descendo lá da rua de cima, claro que começava a latir com o maior vigor e o rabo abanando, para manifestar sua alegria.


Os pais e irmãos de Juljan moravam na época na fazenda Vitoriana, em Botucatu, onde o pai trabalhava como administrador. Juljan resolveu levar o cachorro para aprender a latir com os cães dos Czapskis, na fazenda.


Na época, já era obrigatório transportar os animais em um compartimento próprio, num vagão específico do trem.


O trem não saia... não saia... e os funcionários chamavam:
- "Pelamordedeus", quem botou aquele cachorro bravo que está lá?


Era o cachorro de Juljan. Quando o animal viu o dono, saiu feliz do vagão, manso, abanando o rabo.


Perguntei para meu pai: - O cachorro aprendeu alguma coisa com os cães em Botucatu?
Juljan: - Ele ensinou os cães de meus pais a pular pela janela para fora [risos]


Se você conhece minha família, saberá o quanto é típica essa história! Mas não deve ser esse "causo" que entrará no livro sobre o Cavaleiro da Saúde, pois há outras histórias com animais, ainda mais curiosas, como a do vistoso galo Polidáctilos, que subia no colo de Juljan e Alice, dos amigos-namorados Eva Lieblich e José Eduardo Fernandes, e aparece na foto ciscando comida direto da mão de Juljan e a amiga Eva, naqueles idos anos 1940... (Silvia Czapski)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Descartes (sniff!!)

Foto raríssima que alvoroçou pesquisadores da história da Volkswagen do Brasil: Dr. Juljan, apresentando um ambulatório da Policlínica Central Ltda a personagens históricos: o lendário Heinrich Nordhoff (mãos nos bolsos), presidente mundial que tornou a VW a maior do mundo nos anos 1950/60, e o também lendário Schulz Wenk (sorrindo, ao lado de Nordhoff), primeiro presidente da VW do Brasil, responsável por façanha semelhante em âmbito nacional.



Europa, meados dos anos 1990, Dr. Juljan (óculos escuros, casaco cinza) com um grupo da Federação Internacional dos Hospitais (IFH, na sigla em inglês), provavelmente em uma daquelas viagens de estudos que a entidade promovia, para conhecer o sistema de saúde de diferentes países.


Foto linda, dos anos 1960, em frente à Policlínica Central de São Paulo. Dr. Juljan está lá no fundo, no ponto em que a parede muda de escuro para claro. Na mesma fila final, careca e paletó escuro, Moussa. Dá uma enorme curiosidade saber quem são as demais pessoas!



Fotos significativas, entre as finalistas para participar do álbum de imagens do livro O Cavaleiro da Saúde (24 páginas!). Por que descartadas?


O mais absurdo foi a foto com os personagens da VW. A Volkswagen do Brasil foi consultada, pois queríamos saber mais detalhes, inclusive se se trata de imagem que poderíamos publicar em livro. Passou-se mais de um mês, com insistentes telefonemas e nenhuma resposta (exceto que a foto fora para avaliação do comitê especializado no tema). Nem sim, nem não ou "não sei" - apenas a informação de que "vamos responder". Por isso, no lugar dessa imagem teremos no livro um par interessantissimo: a capa de uma igualmente histórica revista da Simca (com um carrão da marca, em 1960) e notícia das páginas internas sobre a Policlínica, a empresa idealizada por Dr. Juljan que atendeu também essa indústria automobilística graças a uma coincidência curiosíssima, que não conto aqui, para atiçar a curiosidade sobre O Cavaleiro da Saúde.

Das outras duas imagens, tínhamos informações insuficientes. Entram, portanto, nesse blog com a torcida de que alguém possa ver e nos ajudar a saber mais a respeito! (Silvia Czapski)