domingo, 22 de maio de 2011

Expectativa

Ela se chama Vera Lucia S. Silveira, mas assina a mensagem como Vera Sus de Valinhos. É ativista do Conselho Estadual de Saúde, do qual Juljan foi ativo participante, e com ele compartilhou a bandeira da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao receber o convite eletronico para participar do lançamento do livro, dia 26/6, durante a Feira+Fórum Hospitalar (veja a aba autógrafos), mandou a seguinte resposta, que autorizou publicar neste blog. Lá vai:



Sílvia, como vai? Sou fã " de carteirinha" do teu pai.
Tenho lembrado muito dele nos últimos dias. Fomos companheiros na Comissão Organizadora da 5ª Conferência Estadual de Saúde, há quatro anos atrás. Ele me disse:- o que você fizer, eu assino embaixo. Acredito em você! Eramos responsáveis pela Infra-estrutura, dum evento para 2200 pessoas, vindas de todo estado. Foi um sucesso!!! O comentário, na época, foi que a nossa conferência foi melhor que a nacional. Hospedamos este pessoal, por três dias em hotéis de primeira e ainda servimos bacalhau no ultimo dia. Ele olhava pra mim, sorria e dizia: você é danada !
Tenho mais detalhes, que um dia te conto. Tenho muito carinho por ele e saudade também. Falo sempre nele, quando vou dar palestras sobre o SUS. Conto a todos que foi o único brasileiro que participou na elaboração da Carta de Alma-Ata, o que originou, mais tarde este modelo de saúde que temos hoje (apenas no papel). O grande sonho dele era justamente tirar o SUS do papel. Só fiquei sabendo do lançamento do livro hoje. Moro em Valinhos e não terei com ir. Mas vou comprar o livro com certeza e quero que na primeira oportunidade você autografe para mim.
"O Cavaleiro da Saúde"!!! Meu grande e querido amigo !!! Daqui para frente, em toda vez que me apresentar para falar do SUS, vou colocar para tocar "As Valquírias" de Wagner, em homenagem a ele. Se você me autorizar...

Pura emoção. Mas apenas uma das tantas manifestações das pessoas que receberam o convite para a tarde de autógrafos. Enquanto a ansiedade aumenta, em homenagem à Vera, ilustro a mensagem com uma imagem de Juljan, manifestando-se numa Conferência de saúde. A foto não está no livro "Juljan Czapski: O Cavaleiro da Saúde", mas o fato sim, faz parte do capítulo "Conselheiro da Saúde"! (Silvia Czapski)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vamos às compras?

Recebo mensagem de Lívia Bercht: já encomendei o livro! Do alto de seus mais de 90 anos de idade, continua a mil por hora em sua Fazenda Adele, em Itu. Saiu na frente, não esperou a chegada às livrarias, comprou pela internet!

Notando a falta de bons serviços de fisioterapia para a terceira idade na cidade, ela teve a iniciativa de criar o Instituto Agada, que estou para conhecer. Fica na Praça Paraíba, Bairro Brasil, que ela conseguiu reavivar transformando-a na “praça do idoso”, com autorização da administração municipal (em vez de recuar ante possíveis nãos, batalhou e conseguiu!).

Lívia conheceu Dr. Juljan Czapski nos anos 1940, ao lado da então namorada Alice Brill, que ainda dividia seu tempo entre o secretariado (para sobreviver) e a arte. Conviveram no mundo das artes, mas a vida os separou. Em 2006, o contato foi retomado, graças à uma mostra em homenagem aos 85 anos de Alice Brill, no Museu de Energia em Itu. Estamos ansiosos em conhecer a opinião! (Silvia Czapski)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Caindo no mundo

Impossível não se impressionar com o movimento de pessoas, numa visita à Bienal do Livro, como a de SP, que percorri um dia todo, em 2010. Foi lá que cheguei à Novo Século. Até agora ainda me divirto com meu próprio espanto, quando Luis Vasconcelos - após me ouvir falando sobre o livro "O Cavaleiro da Saúde", naquele momento ainda um sonho -, afirmou que queria o título para a editora. Afinal tínhamos acabado de nos conhecer! Foi ótimo!

Li, pouco depois, que o mercado do livro mobilizou no Brasil, mais de R$ 3,3 bilhões em 2008, sendo tres quartos desse total para "o mercado" (sempre achei esquisita essa palavra). O resto, para as compras pelo governo, basicamente didáticos e paradidáticos.


Em seguida, encontrei um artigo do livreiro Jaime Mendes, que fez outra comparação: com relação ao PIB do país naquele mesmo ano, esse valor representou só 1,1%! Ou seja, ainda temos muito a crescer!

Escrevo isso, num momento de ansiedade total, em que o livro "Juljan Czapski - O Cavaleiro da Saúde" está chegando a esse "mercado".
Os autógrafos são a consagração desse caminho, fazem parte do rito de passagem que é expor ao mundo aquele pedaço da gente que fica nas entrelinhas.

O melhor de tudo é ter ouvido comentarios entusiasmados de quem já teve acesso ao livro pronto (felizmente, até agora, só foram elogios... mas acho importante também críticas, pois elas sempre ensinam algo novo, não percebido). Que o ele cresça e apareça. (Silvia Czapski)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Da série “sniff...”

Mais uma imagem que não entrou no livro O Cavaleiro da Saúde, apesar da importancia histórica (sniff...)


* Só como ficha de registro de emprego já é interessante, por ser do ano 1955.
* Ponto a mais por ter sido localizada no arquivo do Grupo Ultra a pedido de
seu presidente, Pedro Wongtschowski que quis checar e datar uma história (veridica) que Dr. Juljan lhe contou.
* Entre as imagens finalistas, pois graças à demissão, registrada nessa ficha, nasceu a primeira empresa de medicina de grupo, idealizada pelo Cavaleiro da Saúde (foi, aliás, o que motivou a busca de Wongtschowski).
* Para dar mais tempero à rememoração, curiosamente, daí a pouco a Ultragaz tornou-se cliente dessa nova empresa (primeira de maior porte a apostar nesse sistema).


Ocorre que havia tantas boas imagens, que essa acabou por ser preterida, já com a ideia que entrasse nesse blog, para torna-la acessível.


Quer saber mais enquanto o livro não vem? Siga esse link para ler o depoimento de Wongtschowski, sobre o que ele encontrou. E, aproveitando que entrou no site do projeto, busque em depoimentos o de Claudio Di Lascio, com ótimos detalhes, que dão o clima daquele período.


Daqui a pouco teremos o livro disponível no mercado. Aí sim você terá a história mais completa, com detalhes que prefiro não adiantar aqui, bem como a criteriosa contextualização histórica, na segunda parte, intitulada História por trás da história, de André Medici! (Silvia Czapski)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Animais de estimação

Acho que não existe foto da família Czapski completa, sem um cachorro de estimação por perto. Mas, no caso de Juljan, nos primeiros dez anos de São Paulo (anos 1940), foi impossível possuir um.

Como cuidar, trabalhando de dia, estudando à noite e vivendo sozinho num quarto alugado, na rua João Moura, no bairro Pinheiros, ou - logo que casou - num minúsculo apartamento em que quarto era também sala, e o corredor era aproveitado como laboratório fotográfico, na Avenida São João, 1901?


Em 1950, Alice estava em sua fase-fotógrafa, Juljan estudava medicina e era seu assistente, e a filha primogênita, Ines, era um bebê. A "casa Czapski" ficou pronta (nome dado mais tarde à residência, quando o amigo Vilanova Artigas, que a projetou, tornou-se famoso arquiteto)


A região - no bairro Sumaré - era quase deserta, Alice disse que só mudaria se tivessem um cão de guarda. Juljan foi ao biotério da faculdade para adotar um. Avisaram:


- Tem aqui um cachorro bravo, late muito.


Ele levou.


Pois bem, o cachorro acostumou-se à família e vice-versa. Mas jamais fazia barulho para um estranho. Só que, quando percebia alguém conhecido, pessoa amiga descendo lá da rua de cima, claro que começava a latir com o maior vigor e o rabo abanando, para manifestar sua alegria.


Os pais e irmãos de Juljan moravam na época na fazenda Vitoriana, em Botucatu, onde o pai trabalhava como administrador. Juljan resolveu levar o cachorro para aprender a latir com os cães dos Czapskis, na fazenda.


Na época, já era obrigatório transportar os animais em um compartimento próprio, num vagão específico do trem.


O trem não saia... não saia... e os funcionários chamavam:
- "Pelamordedeus", quem botou aquele cachorro bravo que está lá?


Era o cachorro de Juljan. Quando o animal viu o dono, saiu feliz do vagão, manso, abanando o rabo.


Perguntei para meu pai: - O cachorro aprendeu alguma coisa com os cães em Botucatu?
Juljan: - Ele ensinou os cães de meus pais a pular pela janela para fora [risos]


Se você conhece minha família, saberá o quanto é típica essa história! Mas não deve ser esse "causo" que entrará no livro sobre o Cavaleiro da Saúde, pois há outras histórias com animais, ainda mais curiosas, como a do vistoso galo Polidáctilos, que subia no colo de Juljan e Alice, dos amigos-namorados Eva Lieblich e José Eduardo Fernandes, e aparece na foto ciscando comida direto da mão de Juljan e a amiga Eva, naqueles idos anos 1940... (Silvia Czapski)