segunda-feira, 18 de julho de 2011

Magda Walicka na homenagem a Dr. Juljan

Na Wikipedia, enciclopédia criada pelos internautas, aprendo que Łódź (pronuncia-se wúdj) é a terceira cidade polonesa em número de habitantes, ficando atrás somente da capital, Varsóvia, e da antiga capital, Cracóvia - região onde Dr. Juljan nasceu. São 770 mil.

Fundada em 1423, tornou-se um importante centro industrial, sobretudo até a Segunda Guerra Mundial. Sofreu um declínio econômico após a queda do governo comunista (1989), mas vive novamente um período estável. Certamente, a prosperidade contribuiu para que a cidade se tornasse um importante centro cultural: tem 18 universidades, teatros, academia de teatro e cinema. O famoso pianista Arthur Rubinstein nasceu lá.

A moça da foto, Magdalena Anna Walicka - que recentemente chegou a Itu e prefere assinar simplesmente Magda Walicka - também. Apaixonada pela música, graduou-se em piano na Academia de Música de Lodz, onde também fez posgraduação em gerenciamento de escolas de artes, tornando-se depois uma das primeiras professoras na Polônia a receber acreditação da Associação Européia Suzuki, método criado no Japão, que se inspira no jeito com que uma criança aprende a falar para ensinar música.

Pianista, compositora e vocalista, passou a ensinar piano para crianças a partir de três anos de idade. Também atuou com bandas, corais, tendo dirigido uma escola de música por lá, antes de se mudar para a Inglaterra, onde trabalhou com a Universidade de Bradford, como pianista e acompanhante de corais. Tocou em cidades como Nottingham, Birmingham, Leeds e Londres, sempre fazendo questão de promover a música polonesa.

Foi uma história de amor que a trouxe a Itu no final de 2010, onde se casou com o pastor Rubens de Lara Silva. Conheceram-se pela internet, compartilharam uma enorme identidade. Para conhecê-la pessoalmente, ele foi à Inglaterra e, juntos, visitaram a Polônia. Há poucos meses no Brasil – e já apaixonada por nosso país - ela é uma das pianistas a abrilhatar o 18º Festival de Artes de Itu, que acontece até domingo, 24/7.

Quando conheci Magda, senti uma imediata empatia. Ela encantou-se com a história de Dr. Juljan, cujo destino teria sido o de herdar uma fazenda na Polônia, não fosse a invasão do país, pelas tropas hitleristas em 1939, obrigando-o a deixar a terra natal para sempre, com sua família. Também Dr. Juljan adotou o Brasil como nova pátria, amou o Brasil, sem nunca esquecer a raiz polonesa.

Em homenagem a Dr. Juljan, Magda decidiu preparar um repertório de Chopin para o concerto que dará neste sábado, 23/7, 11h, na Casa de Cultura de Itu (Espaço Almeida Jr - R. Paula Souza, 664 - Centro - Itu). Dessa forma, e graças ao apoio da Secretaria de Cultura do Município, teremos um evento duplo, na manhã de sábado, 23/7, integrado ao Festival de Artes.

* às 10 h, a abertura da mostra sobre a vida deste médico-ambientalista, que pela primeira vez é apresentada em Itu e manhã de autógrafos do livro "Dr. Juljan Czapski - Cavaleiro da Saúde". No melhor estilo caipira, regada a café e bolo de fubá.

* às 11h, Magda Walicka senta-se ao piano, para deliciar o público com composições de Fréderic Chopin, um pianista romântico, como de certa forma também foi Dr. Juljan.
Além de ter sido o criador dos planos de saúde no Brasil, Dr. Juljan fundou e presidiu a Associação Ituana de Proteção Ambiental – AIPA, entidade de caráter regional que ganhou repercussão nacional, com seu programa de educação ambiental, viveiro de mudas nativas, ações de comunicação para difundir a causa, antes da ecologia se tornar moda.

Como não poderia deixar de ser, munido da identidade ecológica, Dr. Juljan Czapski (pronuncia-se júlian txápski) acompanhou de perto as políticas públicas também na área do meio ambiente, trabalhando para influir na política municipal, estadual e nacional.

Está no livro, e também na exposição, que usa fotos históricas para resumir a trajetoria do Cavaleiro da Saúde em apenas seis painéis.

Clique no convite, para saber mais. Esperamos você lá! (Silvia Czapski)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

HOMENAGEM / AUTÓGRAFOS EM ITU


Veja que delícia. Sabadão, 23/7, 10 da manhã, café com bolo e boas conversas na Casa de Cultura de Itu (R. Paula Souza, 664 - Centro - Itu), em torno de Dr. Juljan Czapski, que - simultaneamente ao ativismo na área de saúde, fundou e presidiu por mais de 20 anos a AIPA - Associação Ituana de Proteção Ambiental.

Não bastasse o bom ambiente da bela casa histórica, como cenário, a mostra-homenagem a Dr. Juljan, que pela primeira vez chega a Itu, resumindo em seis quadros sua história de vida. Para completar, Silvia Czapski (eu!) autografará o livro "O Cavaleiro da Saúde", disponível no local.

Quer mais? Às 11 h, a pianista polonesa Magda Walicka fará um concerto, com repertório do também polonês Fréderic Chopin. Bela homenagem para Dr. Juljan, que nasceu na Polônia mas adotou o Brasil como sua pátria. Ah!!! Tudo isso inscrito em algo maior, que é o 18 Festival de Artes de Itu! (clique na imagem para ampliar)

Mais ainda? Então comece festejando conosco na sexta feira, 22/7, a partir de 19h, na Livraria Nobel em Itu (Plaza Shopping), quando estarei com Maria Célia Bombana autografando o livro que tem a apresentação assinada por Dr. Juljan - "Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade, em casa" (Ed. Peirópolis). Marcelo Mattiuci, consultor do livro, também estará conosco. Bom demais! (Silvia Czapski)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Casa Czapski

Acredite! a rua lá embaixo, no fundo do vale, transformou-se na larga e movimentada Avenida Sumaré! A casa em primeiro plano - tão sozinha numa ruela então ainda sem casas - hoje está escondida atrás de um alto muro, na atualmente bem povoada Rua André Dreyfus.

O hoje famoso arquiteto Vilanova Artigas, quando planejava a Casa Czapski para os recém casados Juljan e Alice. Amigo do casal, foi ele quem fez o convite para que integrassem a turma que fundou o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), na mesma época (1949)



Encontrei essas imagens relacionadas à "Casa Czapski" num post do ótimo blog Casas Brasileiras, de Silvio Colin, que também traz a planta da casa e outra imagem da fachada, parecidíssima à publicada em "O Cavaleiro da Saúde"

Foi a casa de minha primeira infância, onde vivi até os quase cinco anos de idade. Porém, minhas memórias misturam-se ao que ouvi de Dr. Juljan sobre como era morar numa casa tão moderna para os padrões da época - tema recorrente de entrevistas que ele dava a estudantes de arquitetura.

Ao resumir, para Silvio, momentos em que a casa é personagem e cenário do livro, dei-me conta de quantas boas histórias ela rendeu. Não preciso repetir o que está no post dele. Se ainda não tiver lido o livro ou/e ficou curioso/a, clique aqui, para conferir. (Silvia Czapski)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bastidores das notícias

Parecia uma conversa comprida demais para uma nota sobre o lançamento de um livro de autoria de um profissional de comunicação. Ao receber a edição 801 do Jornalistas & Cia, tive de confessar minha (boa) surpresa aos editores.

Pois
saiu como entrevista exclusiva nesse veículo eletrônico, referência para profissionais de redações e assessorias de comunicação que adoooram saber do vaivém do mercado jornalístico e da comunicação empresarial. Traz bastidores da produção do livro "O Cavaleiro da Saúde". Confira:



"Silvia Czapski lança livro com a história do pai, pioneiro da medicina de grupo

Silvia Czapski e André Medici autografam nesta 6ª.feira (1º/7) Dr. Juljan Czapski - O cavaleiro da Saúde - A trajetória do médico, especialista em saúde pública e criador dos planos de saúde no Brasil (Novo Século), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), de 18h30 ás 21h30. Juljan Czapski, pai de Silvia, deixou a Polônia ainda adolescente e enfrentou dois anos de guerra mundial antes de chegar ao Brasil, onde, médico recém-formado, idealizou a primeira empresa de medicina de grupo do País, em 1956, e dez anos depois fundou a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (ver J&Cia 795).
Silvia diz sempre ter achado que a história de vida de qualquer pessoa torna-se interessante se for bem contada, "mas tem gente cuja vida teve lances tão extraordinários que fica mais fácil fazer dela um belo romance". Esse, segundo ela, "modéstia à parte", é o caso de seu pai, que também fundou e presidiu a AIPA (Associação Ituana de Proteção Ambiental), em Itu, no interior de São Paulo, por mais de 20 anos. Silvia - que no início da década de 1980 criou com um grupo de amigos o tabloide Macchina, o jornal do automóvel, distribuído em postos de combustíveis, foi assessora de imprensa na Assobrav e, em 1985, deixou o setor para se dedicar a temas ambientais -, conversou com J&Cia sobre a produção do livro.


Jornalistas&Cia - Você pode fazer um resumo do que foi esse trabalho?
Silvia Czapski - Tive honra de compartilhar a autoria com o economista e historiador André Medici, homem da área de saúde para a América Latina no Banco Mundial, em Washington. Antes de tudo, um admirador do médico-ambientalista, cujo olhar crítico sobre a evolução do setor de saúde faz dele um requisitado palestrante. Como filha, sou suspeita para dizer. Mas confesso que fui me apaixonando pelo personagem na medida em que escrevia.
Tarefa duríssima do ponto de vista emocional, dado que começamos o projeto com ele vivo - ótimo, grande contador de histórias -, mas logo descobriu um tumor cerebral. Dr. Juljan nos deixou em poucos meses, em janeiro de 2010. Na sua partida, uma ironia do destino, como muitas que ele vivenciou em 84 anos de vida: não conseguiu atendimento domiciliar, pois a seguradora alegou ter prestado a cobertura prevista contratualmente. Tínhamos poucas horas de entrevistas com ele. Apoiamo-nos em mais de 1,5 mil documentos que ele deixou (em grande parte, inéditos) e numa corrente solidária de pessoas que conviveram com ele e deram depoimentos pessoalmente, por telefone ou por e-mail.

J&Cia - Em que outras fontes você pesquisou?
Silvia - Faço esse comentário pela primeira vez: depois da internet, ninguém mais escreverá biografias da mesma forma. Usufruí do Google Maps para visualizar a rota de fuga de Dr. Juljan, que passou por vários países europeus e africanos, até chegar ao Brasil, uma saga de dois anos durante a II Guerra Mundial. Encontrei vídeos no YouTube e no Vimeo que me fizeram mergulhar no clima de cada período da vida de meu personagem. Dos loucos anos 1920 - década em que ele nasceu - ao tecnológico início do século 21, passando por períodos importantes, como o desenvolvimentismo dos anos 1950, época em que ele criou a Policlínica Central, primeira empresa de Medicina de Grupo do País. Uma delícia! Por meio de sites de busca, localizei artigos de analistas ou de testemunhas da história, importantíssimos para contextualizar a vida do médico-ambientalista (até textos do próprio Juljan que eu não conhecia, em sites do setor saúde!). Descobri na Wikipédia uma ferramenta para traçar a linha do tempo. Claro que faz parte desse jogo de descobertas ter paciência para checar a veracidade de cada informação, contrapondo com o que outros colocam a respeito. Mas tudo isso me deu o pano de fundo do romance da vida de Dr. Juljan.

J&Cia - Segundo soubemos, você não ficou só no livro...
Silvia - É verdade. Para quem quer ir mais fundo, construímos o site http://www.doutorjuljan.com.br/, que traz, por exemplo, dezenas de artigos escritos por Dr. Juljan e boa parte dos depoimentos que mencionei. Enquanto isso, o blog http://www.doutorjuljan.blogspot.com/ vai contando histórias divertidas que não entraram no livro, e fatos em torno dele, como lançamentos e comentários. Tem até um incrível vídeo-homenagem de 7 minutos, com fotos e trecho de filme da imponente fazenda onde ele nasceu em 1925. Postamos no Vimeo e no YouTube. Na época (2008) ajudei a produzir, mas agora o vejo como um trailer do livro, que traz muitas histórias divertidas e inéditas do Brasil na segunda metade do Século 20. Um Brasil que os brasileiros desconhecem!
Em tempo: eu estou, na foto acima, com Maria Rosa Lioi, que não é jornalista mas já trabalhou muitos anos assessorando jornalistas - inclusive eu - e fez questão de remeter a imagem! (Silvia Czapski)