sexta-feira, 29 de abril de 2011

Descartes (sniff!!)

Foto raríssima que alvoroçou pesquisadores da história da Volkswagen do Brasil: Dr. Juljan, apresentando um ambulatório da Policlínica Central Ltda a personagens históricos: o lendário Heinrich Nordhoff (mãos nos bolsos), presidente mundial que tornou a VW a maior do mundo nos anos 1950/60, e o também lendário Schulz Wenk (sorrindo, ao lado de Nordhoff), primeiro presidente da VW do Brasil, responsável por façanha semelhante em âmbito nacional.



Europa, meados dos anos 1990, Dr. Juljan (óculos escuros, casaco cinza) com um grupo da Federação Internacional dos Hospitais (IFH, na sigla em inglês), provavelmente em uma daquelas viagens de estudos que a entidade promovia, para conhecer o sistema de saúde de diferentes países.


Foto linda, dos anos 1960, em frente à Policlínica Central de São Paulo. Dr. Juljan está lá no fundo, no ponto em que a parede muda de escuro para claro. Na mesma fila final, careca e paletó escuro, Moussa. Dá uma enorme curiosidade saber quem são as demais pessoas!



Fotos significativas, entre as finalistas para participar do álbum de imagens do livro O Cavaleiro da Saúde (24 páginas!). Por que descartadas?


O mais absurdo foi a foto com os personagens da VW. A Volkswagen do Brasil foi consultada, pois queríamos saber mais detalhes, inclusive se se trata de imagem que poderíamos publicar em livro. Passou-se mais de um mês, com insistentes telefonemas e nenhuma resposta (exceto que a foto fora para avaliação do comitê especializado no tema). Nem sim, nem não ou "não sei" - apenas a informação de que "vamos responder". Por isso, no lugar dessa imagem teremos no livro um par interessantissimo: a capa de uma igualmente histórica revista da Simca (com um carrão da marca, em 1960) e notícia das páginas internas sobre a Policlínica, a empresa idealizada por Dr. Juljan que atendeu também essa indústria automobilística graças a uma coincidência curiosíssima, que não conto aqui, para atiçar a curiosidade sobre O Cavaleiro da Saúde.

Das outras duas imagens, tínhamos informações insuficientes. Entram, portanto, nesse blog com a torcida de que alguém possa ver e nos ajudar a saber mais a respeito! (Silvia Czapski)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quem foi o primeiro?



Ante as notícias do falecimento do fundador da Samcil, Dr. Luiz Roberto Silveira Pinto, em 4 de abril, mais uma vez, recebi a mesma pergunta: Afinal, qual foi a primeira empresa de medicina de grupo no Brasil, ou seja, quem formulou esse sistema que hoje atende uma expressiva faixa da população brasileira? Foi Samcil de Luiz Roberto S. Pinto - como muitos escreveram -, ou Policlínica Central Ltda, idealizada por Juljan Czapski, o cavaleiro da saúde?

Digo “mais uma vez”, pois é uma confusão recorrente, com que me deparei N vezes, ao realizar a pesquisa para o livro “ O Cavaleiro da Saúde” (ufa, na reta final!).

Pois bem, acabo de rever a cronologia da saude suplementar que consta no final do excelente livro "Planos de Saúde no Brasil - Origens e trajetórias", um trabalho de fôlego conduzido por uma equipe da UFRJ conduzida por Ligia Bahia entre 2004 e 2006, que também resultou no vídeo-documentário “Empresarios da Saúde”, com os depoimentos de vários pioneiros do setor, inclusive os fundadores da Samcil e Policlinica Central Ltda.


Tive uma surpresa, pois temos 1960 como o ano de fundação da Samcil, inclusive no site da empresa. A cronologia cita as seguintes datas:


* Criação da Policlinica Central - janeiro de 1956 (uau! exatos 55 anos se passaram!)
* Criação da Samcil (constituição jurídica) - 27/09/1962

Dúvida sanada, comecei a olhar mais datas.


* A fundação da Sanasa foi em 1963 (Policlinica Central de Porto Alegre não consta na lista, nasceu por essa época também funcionando como se fosse franquia da de SP, quando o nome franquia ainda não existia).


* A Abramge nasceu em julho de 1966 (mais um número quase redondo: 45 anos atrás, com Juljan e Luiz Roberto entre os fundadores).


* Em 1967, Semic a primeira Unimed, em Santos.


* Em 1/1/1971, compra da Policlinica pela Samcil.


Isso mesmo, trata-se de um momento dramático da vida de Juljan que resultou nessa transação(leia o livro, para saber mais, rsrs). Como Samcil ainda existe, pode-se dizer que - se não é a primeira - é a mais antiga que ainda está no mercado.
Juljan continuou como presidente da Abramge por mais alguns anos. É de 1973 a foto que ilustra este post: Juljan ao centro, ao lado do então ministro da saúde, Mario Machado de Lemos, e Luiz Roberto, terceira pessoa da esquerda para direita, durante o III Congresso Brasileiro de Medicina de Grupo, no Rio de Janeiro, presidido pelo cavaleiro da saúde. (Silvia Czapski)

terça-feira, 12 de abril de 2011

62




Nesse 11 de abril, Juljan teria comemorado os 62 anos de casamento com a artista plástica Alice Brill. Fazia seis anos que eram namorados. Ele tinha acabado de entrar na faculdade de medicina, um causo curioso motivou a decisão. A cerimonia foi simples, mas com uma lua de mel em Ouro Preto, algo acima das posses do casal de imigrantes, na época.

Eis um pequeno trecho do livro, que está nos finalmentes da produção gráfica, para dar um gosto dessa história:


"Em uma dessas visitas, já eram até amigos, e o deputado disse:

— Eu vou ser o anfitrião da festa de Páscoa em Ouro Preto. Ainda tem um quarto no hotel. É uma pena que vocês não estão casados, pois, se estivessem, eu levava vocês.

— Olha, doutor Libanio, se for por isso, nos casamos!"

Casa de ferreiro, espeto de pau, dizem. Eles tinham um laboratório fotográfico em casa, como fonte de sobrevivencia. Mas fotos... só de Minas Gerais, nada encontramos do casamento em si. Prometi a mim mesma evitar o uso de imagens que aparecerão no livro, mas como regras são para ser quebradas, Ilustro esse post com outra imagem, das bodas de ouro do casal, selecionada para o album do "O Cavaleiro da Saúde", que está ficando lindo, segundo a equipe da Novo Século, responsavel pela produção gráfica. (Silvia Czapski)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Camelando


Na busca de imagens substitutivas para a capa do livro "O Cavaleiro da Saúde", encontro essa foto antiga, que jamais supus existir. É o próprio, Juljan Czapski (sempre perguntam como se pronuncia - júlian txápski), com ar de escoteiro, aparentemente em país tropical. Não é raro encontra-lo a cavalo, afinal nasceu em fazenda na Polônia, no Brasil teve ligação com a vida rural. Mas essa... não resisti e escaneei para compartilhar.

Será dos tempos de guerra, quando ficaram meses confinados no navio Alsina, nos portos de Dakar (Senegal) e Casablanca (Marrocos), mas vez ou outra desceram do navio? Será antes, algum zoo, em que ele aparece com trajes de escoteiro? Repare como está desajeitado, talvez sobre o animal com intenção de apenas posar para a posteridade.

No verso da foto amarelada pelo tempo, uma inscrição a lapis que mal dá para ler de tão apagada. Desisti de escanear. Parece ser a letra da mãe dele, uma palavra e um número - aparentemente uma data que termina em 39 (ou seria 34?). Se for 1939, pode ser mesmo uma foto dos tempos de guerra... (Silvia Czapski)


terça-feira, 5 de abril de 2011

De vento em popa

Segue acelerada a produção do livro "O Cavaleiro da Saúde", sobre a saga de Juljan Czapski. A boa notícia é que a editora Novo Século abraçou a ideia, como mais nova parceira da proposta, o que facilitará o acesso do público à obra. São do portfólio da editora as biografias de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia (de Elias Awad), e do idolo Justin Bieber (Marc Shapiro), só para dar dois exemplos.

Será um livro "gordo" para os padrões brasileiros, mas não para um livro biográfico, sobretudo como este, que, na prática, contém dois livros em um. O romance da vida dele, na primeira parte, que escrevi, e o estudo de André Medici, "A História por trás da história", que contextualiza os eventos vividos por Juljan, finalizando com uma análise do sistema da saúde suplementar no país.

Para fechar, ainda traz seis depoimentos dos dirigentes das seis organizações importantes, que viabilizaram esse big-desafio - Amil (Reinaldo Scheibe), Hospitalar (Waleska Santos), Intermédica (Paulo Barbanti), Abramge (Arlindo Almeida), Sindhosp e Fehoesp (Dante Montagnana).

Vale dizer que o apoio permitiu avaliar cerca de 1,5 mil documentos deixados por Juljan, em parte inéditos, o que fará do livro (além de uma boa leitura, espero) uma referencia para quem estuda o tema. É o que esperamos. (Silvia Czapski)


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Partidas..



Ontem, 31/3, houve a missa de sétimo dia por Dr. Francisco Ubiratan Dellape. Lá estiveram familiares e amigos compartilhando mais uma vez a dor da despedida. Entre eles, algumas personalidades que representam o empresariado no setor-saúde e são personagens do livro “Cavaleiro da Saúde”.

Hoje, reexaminando as imagens para o caderno de fotos do livro, revejo Dr. Ubiratan, ao lado de Dr Juljan, em várias batalhas por políticas públicas de saúde. Não é para menos. Copio aqui um parágrafo que fará parte do livro, em fase de produção gráfica. Revela um pouco da história de Dr. Ubiratan e o início de uma linda e duradoura história de amor.


Cirurgião e empresário do ramo hospitalar, Dellape lutava pelo fortalecimento do setor, sempre defendendo a iniciativa privada. Em 1983, lideraria a formação da Fenaess, primeira federação de estabelecimentos de saúde do país, que presidiria por dezoito anos. No meio tempo, batalharia por uma Confederação Nacional de Saúde, entidade sindical de terceiro grau, o mais elevado previsto nas leis do trabalho. A fundação ocorreria em 1994, com Dellape na presidência por dez anos. Mas foi um quase acaso que o trouxe para a família de Juljan. Sem conhecê-lo, Inês [primogênita de Juljan] resolveu, certa vez, acompanhar seus pais numa visita. Ele era viúvo e a paixão foi imediata. O casamento aconteceu em setembro de 1980.”

Logo antes, o livro conta que Ubiratan também presidiu o Sindhosp (sindicato dos hospitais do estado de São Paulo), de onde saiu justamente para criar a Fenaess.

Ilustrando este post, duas fotos de um mesmo álbum de viagem do casal. Como Inês o via, como Dr. Ubiratan a via. É uma surpresa para ela, que - não é para menos - está inconsolável. (Silvia Czapski)